Anos 60 – Cavern Club
Liverpool – Inglaterra
Frenéticas guitarras elétricas,
simples acordes de lá, dó, ré
não abafam as vozes caprinas
de quatro teddy-boys cabeludos,
em genialidades ou mediocridades
dependentes do ponto de vista
da crítica especialista.


Profusos sucessos espocam!
John Lennon – Paul McCartney
George Harrison – Ringo Star:
The Beatles – os novos deuses
entronizados no altar!


— “Mais populares do que Cristo somos!”
E na Ordem do Império Britânico
têm os nomes inscritos nos velhos tomos.
São espelhos vivos à juventude que fomos!

Meteoro cadente a provocar tsunamis
que arrasam tradições,
que alvoroçam comportamentos,
que confundem fé e mentes
com arquétipos irreverentes.

Rompem os limites da tolerância
os reis do abuso em abundância.
Pela irresponsável alusão às drogas
culpam a esfinge da multidão solitária.
Pregam como liberdade
o sexo livre... inconseqüente.
E por não encontrarem mais a paz,
buscam redenção no misticismo do oriente.

Apesar disso, de dentro para fora
a dourada redoma se parte...
Querelas pela liderança;
desrespeitos pela individualidade;
orgias e sexualidade
ameaçam a unidade.

Toda euforia do poder jovem
– o mito da nova geração –
enfim se foi!
De Lennon abrolha a frase:
— O sonho acabou!
Foi em 1970 que a cortina se fechou.

Pouco tempo depois
os já separados
ainda mais se dividem!
Ao primeiro, um revólver fumega!
   -  A outro, um câncer o carrega!
Aos demais a velhice pega!
Da constelação implodida
    fotos, pôsteres, filmes e discos restam.
        Ainda sustenta os que a desejam imortal
do negro vinil em CDs reeditam
      as genialidades ou mediocridades,
                            dependentes do ponto de vista da crítica especialista.

                           


                            Bom Jesus dos Perdões, 18 de julho de 2006/9 horas, 35 minutos